Sou Médica de Família e Comunidade (MFC), especialidade ampla que forma clínicos qualificados, com competências diversas para acompanhar pessoas, famílias e comunidades em seu processo de saúde ao longo da vida, em qualquer idade.

Não há situação de saúde que esteja fora do escopo da MFC. Somos treinados para sermos especialistas em gente! Apenas em casos de doenças mais raras ou que não respondem ao tratamento, referenciamos a pessoa a um especialista médico focal, mas não deixamos de acompanhá-la. Assim, em vez da pessoa ter um médico para cada problema de saúde, ela tem uma médica para cuidar de (quase) tudo, e também co-coordenar seu cuidado com outros profissionais de saúde que acompanham aquela pessoa, como psicólogos, psicoterapeutas, fisioterapeutas, etc.

Co-coordenar porque a medicina de família atua em conjunto com o/a cliente, convida a pessoa a um papel ativo sobre sua saúde.

Para nós, em cada consulta deve haver o diálogo entre a pessoa, maior especialista em si mesma, e a médica, especialista em medicina. 

E aí se faz a comunicação: troca de perspectivas, entendimento sobre a saúde, a doença, decisões conjuntas sobre diagnósticos, tratamentos. 

Para tal, um dos princípios chave da MFC é a relação médico-pessoa, considerada fundamental não só como princípio ético, mas como ponto central para se obter bons resultados de saúde. 

Para além de tratamento medicamentoso, traço com meus pacientes um Plano de Cuidados personalizado.

Atuei na assistência e no ensino por um bom tempo e estou sempre dedicada em estudar e praticar não só o que há de melhor na medicina técnica, como também nas competências relacionais para conseguir promover cuidado. Isso me lembra a máxima de Jung, 

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
Vale a pena ressaltar também que a medicina que acredito tem a ver com autonomia! Com auxiliar as pessoas a caminharem e encontrarem raízes dos seus problemas, olharem para essas raízes, modificarem aquilo que for possível e, assim, conquistar mais saúde. 

Isso tem tudo a ver com minha dissertação de mestrado, que foi sobre práticas integrativas e desmedicalização da vida.
As medicinas ancestrais fazem esse olhar profundo e integrado no processo de saúde da pessoa, mudam a lógica do excesso de medicamentos e exames para “como podemos reequilibrar juntos esse sistema?”. 

Comecei a trabalhar com algumas práticas integrativas, como auriculoterapia, Lian Gong 18 Terapias, além de fitoterapia e meditação a partir da Ayurveda. 

Esses conhecimentos não são excludentes da medicina convencional, é possível buscar pontes e integração. Daí me entender como médica integrativa. Não da Medicina Integrativa, que está na moda de prescrever mil intervenções transvestidas de naturais, mas o integrativo de raiz. Continuo buscando aprender cada vez mais e aplicar os conhecimentos também da medicina convencional e prescrevo medicamentos sempre que necessário, de acordo com a Medicina Baseada em Evidências, mas busco caminhar com a pessoa na busca por reparação e equilíbrio.

Nos últimos anos, percebi em mim um forte interesse de aprofundamento na interface psíquica da saúde dos meus pacientes, sabendo que a mente e o corpo estão muito integrados. Foi aí que iniciei a formação em Psicoterapia Somática, que têm me transformado muito como pessoa e profissional, além de uma especialização em Psiquiatria, que tem me auxiliado também na prática médica. 

Eis um pouco da minha trajetória, bem vind@s!